Um dos maiores desafios para o atendimento médico na era da informação é conseguir reunir, organizar e acessar com facilidade dados dos pacientes para a devida análise. A utilização do prontuário eletrônico possibilita aos médicos a visualização rápida das informações para atendimento, tornando os procedimentos mais eficientes. Não à toa, é um dos principais instrumentos da tecnologia digital presente na rotina dos profissionais, desde algumas décadas.
O que é e para que serve um prontuário eletrônico?
A origem da palavra prontuário está no latim promptuarium, que significa: “local onde deveriam ser guardados os objetos que poderiam ser necessários sem perda de tempo”. Quando a medicina incorporou o termo a sua prática, preservou-lhe a essência, já que o “prontuário médico” reúne dados sobre a saúde de um paciente, contemplando informações do início ao final da vida daquela pessoa.
Dentro desse agrupamento, pode haver imagens, exames, histórico familiar e outras informações fundamentais para qualquer análise ou tratamento. Além disso, o documento técnico serve como prova legal, se solicitado em algum processo judicial, já que conta com assinatura de algum profissional médico responsável.
Prontuário Eletrônico
O prontuário eletrônico do paciente (PEP) é um sistema que armazena, agrupa e gerencia dados de uma determinada clínica, concentrando informações sobre os pacientes em uma unidade de saúde. O objetivo principal desta ferramenta é tornar fácil e rápido o acesso, a comunicação e a integração de informações sobre o estado de saúde dos pacientes. Com a praticidade, é possível conferir mais qualidade e eficiência aos atendimentos.
Dentro de um sistema de prontuário eletrônico há os registros de arquivos de modo automático a partir do preenchimento de informações. Os dados permanecem estáticos e salvos em um servidor até que haja alguma alteração nas informações. Na sequência, saiba algumas das principais funções do prontuário eletrônico na rotina de uma clínica:
- Auxílio na tomada de decisões médicas: ao carregar informações detalhadas sobre o histórico de cada paciente, como diagnósticos, exames, tratamentos anteriores e reações à medicação, o prontuário é essencial para que os profissionais de saúde tomem decisões seguras e personalizadas.
- Identificação de padrões: a observação contínua de prontuários de pacientes pode ajudar médicos a encontrar padrões e tendências. Esse tipo de percepção é útil para a pesquisa médica, aperfeiçoamento de tratamentos e detecção de possíveis ameaças sanitárias, como surtos e epidemias.
- Representação legal: dispondo da assinatura de um profissional responsável, os prontuários eletrônicos são documentos de validade legal, que podem ser utilizados como provas em processos judiciais.
- Monitoramento dos índices de qualidade da clínica: além da análise do histórico médico de um paciente, o prontuário eletrônico também possibilita a avaliação de qualidade do atendimento fornecido pela clínica ou consultório. Com essa prática, gestores conseguem monitorar dados que revelam o cumprimento de protocolos, adequação ao perfil da clínica e eficácia dos atendimentos.
- Apoio ao planejamento institucional: a extração dos dados de prontuários pode ser útil para a avaliação de desempenhos mais gerais do negócio, como a identificação de especialidades médicas mais procuradas, identificação de carências de treinamento da equipe de atendimento ou problemas envolvendo o fluxo de pacientes na clínica.
Principais vantagens do prontuário eletrônico
A versão em papel foi durante muito tempo a única forma de prontuário disponível. A partir dos anos 60 começaram a surgir os primeiros sistemas de prontuário eletrônico nos Estados Unidos, em um período de ainda pouca popularização dos computadores. Assim, o uso foi iniciado em grandes hospitais parceiros de universidades, como Harvard, por exemplo.
A partir dos anos 80, o prontuário eletrônico começou a ser mais utilizado, muito em função dos esforços para a informatização da área da saúde. Como um marco dessa evolução, o Institute of Medicine (IOM), órgão norte-americano de estudos sobre a saúde, publicou um relatório em 1991 sugerindo a eliminação de registros de pacientes baseados em papel num período de até dez anos. Com a popularização dos sistemas computacionais e a internet acessível, sobretudo após a virada do milênio, os prontuários eletrônicos se tornaram peças fundamentais para a rotina de médicos e negócios da área.
Apesar de o prontuário de papel ser ainda bastante utilizado, o prontuário eletrônico tem se mostrado uma ferramenta cada vez mais presente. Muito pelas suas facilidades, mas também pelas limitações que o papel apresenta para as demandas dos serviços atuais. Por ser um material frágil, pode desaparecer ou se deteriorar muito facilmente, comprometendo a proteção dos dados e privacidade dos pacientes.
O papel também impossibilita ou, pelo menos, diminui a capacidade de personalização do prontuário. Esta desvantagem se torna ainda mais determinante porque cada área da medicina pode exigir informações específicas a partir de um modelo próprio. Prontuários de papel também necessitam de uma sala de arquivos para armazenamento. Ou seja, a clínica precisa renunciar a um espaço físico que poderia aumentar a receita do negócio, como um consultório ou uma sala para exames.
Dentre as principais vantagens do prontuário eletrônico, podem-se destacar:
- Acesso rápido de qualquer local: é possível consultar informações de maneira fácil e rápida por diversos dispositivos, já que o sistema pode ficar hospedado na nuvem. Essa característica torna a ferramenta indispensável em casos de emergência, como um acidente, em que é necessário consultar sobre alergias a alguma medicação, ou histórico de doenças.
- Centralização de dados: o agrupamento de informações e arquivos diversos, como prontuários antigos, resultados de exames, fotos ou receitas médicas, torna rápida a análise completa do paciente. Isso torna fácil o momento de diagnóstico ou orientação para tratamento.
- Redução de erros na interpretação: com o uso de um sistema digital, há uma menor probabilidade de erros relacionados à má legibilidade de alguma caligrafia ou informação corrompida no papel. O padrão de registro do digital melhora a assimilação do conteúdo.
- Backup e armazenamento: o prontuário eletrônico possibilita o armazenamento de grande volume de dados em servidores com sistemas de segurança robustos, dispensando a necessidade de um espaço físico. Para diminuir o risco de perda de dados, backups podem ser realizados.
- Melhora no atendimento e produtividade: os prontuários são ferramentas que precisam ser acessadas diariamente. Como a versão eletrônica é armazenada em um sistema médico, suas informações podem ser facilmente encontradas por meio de buscas por consultas, exames, procedimentos ou medicamentos. Naturalmente, a agilidade impacta a produtividade dos profissionais envolvidos nos atendimentos.
Legislação sobre prontuário eletrônico
A legislação brasileira impõe normas para a utilização, armazenamento e compartilhamento de prontuários eletrônicos no país. Segundo o Conselho Federal de Medicina, o prontuário reúne informações, sinais e imagens registradas de fatos ou situações relativos à saúde do paciente, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada.
A ferramenta é autorizada para guarda, manuseio e troca de informações identificadas de saúde, dispensando o uso do papel. A certificação indica que o prontuário deve garantir a autenticidade, integridade e confidencialidade dos dados por meio de criptografia, assinatura digital e certificação digital.
Em 2018 foi promulgada a Lei do Prontuário Eletrônico no Brasil, que dá maior segurança jurídica ao histórico de saúde em versão digital, além de ser um importante marco da da saúde no país. A normatização do prontuário eletrônico também promoveu o uso de sistemas informatizados mais gerais, com funções e recursos cada vez mais variados e integrados. Uma das regras estabelecidas em lei indica que os arquivos do PEP devem conter certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), além do Nível de garantia de segurança 2 (NGS2), especificado no Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde.
A resolução 2.299/2021 do CFM, que permite a emissão de documentos médicos digitais, estipula ainda que prescrição, relatório, solicitação de exame, laudo, atestado e parecer técnico devem contar com as seguintes informações: identificação do médico; registro de qualificação de especialista (RQE); identificação do paciente; data e hora; e assinatura digital do médico.
Tipos de prontuário eletrônico
Apesar de possuir a mesma base de tecnologia, os prontuários eletrônicos podem ser classificados em de três diferentes categorias. A segmentação leva em consideração algumas especificidades de tecnologia e uso.
Prontuário com base de dados locais
Esse tipo de prontuário funciona por meio de um servidor que não necessita de internet. Assim, todas as informações circulam em uma rede local.
Vantagens
- Acesso offline;
- Backups locais de forma manual ou automática;
- Acesso em caso de queda de energia (quando há gerador ou nobreaks).
Desvantagens
- Sem backup em nuvem;
- Custo elevado de manutenção e operação da estrutura;
- Impossibilidade de acesso remoto;
- Não acompanha atualizações de recursos do mercado.
Prontuário eletrônico em nuvem
A principal característica desse tipo de prontuário é o armazenamento de dados em uma nuvem, normalmente com certificações de segurança adequadas.
Vantagens
- Backup em nuvem;
- Informações acessíveis remotamente;
- Facilidade de compartilhamento das informações com outros dispositivos e usuários;
- Custo baixo de manutenção e atualização de recursos;
- Desnecessidade de ocupação de espaço físico na clínica;
- Segurança de dados - protocolo HTTPs, criptografia e conformidade com a LGPD.
Desvantagens
- Depende da internet para uso.
Prontuário eletrônico híbrido
Esse tipo de prontuário permite a integração da base de dados local ao armazenamento de dados na nuvem. Assim, as informações ficam guardadas em computadores de uma clínica e também em servidores seguros.
Vantagens
- Dados com acesso fácil em qualquer dispositivo;
- Armazenamento seguro e confiável.
Desvantagens
- Sistema com maior complexidade de tecnologia;
- Custo de operação e manutenção elevado.
Qual o tipo de prontuário ideal para minha clínica?
O conhecimento sobre as funções e tipos de prontuários é algo fundamental para profissionais de saúde presentemente, considerando que são instrumentos que entregam versatilidade, praticidade e segurança jurídica para quem utiliza. Para quem realiza a gestão de uma clínica, antes da escolha de um modelo de prontuário eletrônico, é indispensável refletir sobre a realidade do negócio.
Para esse tipo de entendimento, é indispensável reunir informações sobre o tamanho e a quantidade de unidades da clínica, número de profissionais envolvidos, tipos de procedimentos oferecidos e capacidade de investimento. Além disso, cabe analisar critérios relacionados ao tipo de prontuário desejado, como capacidade de personalização, suporte de uma equipe de software especializada, integração com outros recursos digitais, segurança e privacidade de dados, acessibilidade por meio de dispositivos diferentes e custo de aquisição.
Determinar um tipo de prontuário ideal é difícil sem uma profunda análise do negócio. Pois, a melhor alternativa é sempre a que melhor se ajusta às necessidades e ao modelo de negócio da clínica. Consultar empresas especialistas em soluções de tecnologia para a saúde também é um facilitador do processo, já que oferecem informações técnicas adequadas e a testagem dos prontuários.
Explore o prontuário do Amigo
O prontuário do Amigo é totalmente digital e está disponível na nuvem a qualquer momento, garantindo segurança e praticidade para o atendimento médico. Além disso, a ferramenta oferece diversos benefícios que reduzem o tempo e o custo da rotina médica, como:
- Prontuário personalizável, adaptável às necessidades de diversas especialidades médicas;
- Base atualizada de medicamentos da Anvisa e da Pharmapele;
- Visualização rápida do histórico dos pacientes, com filtros que facilitam a leitura durante a evolução;
- Criação de questionários e envio de mensagens no atendimento e pré-atendimento;
- Gerenciamento de exames: encaminhamentos, fila, triagem e acompanhamento.
Para médicos oftalmologistas, por exemplo, o prontuário do Amigo otimiza os atendimentos, permitindo o acompanhamento detalhado de todos os procedimentos de exames. Já para dermatologistas e cirurgiões plásticos, a ferramenta facilita a análise clínica com a galeria de imagens, um recurso que permite anexar e comparar imagens ao longo da evolução do paciente.
Com todas essas facilidades e alta capacidade de personalização, o prontuário do Amigo simplifica a rotina de diversas especialidades médicas.
Conclusão
A evolução da tecnologia na área de saúde trouxe ganhos na experiência de pacientes e profissionais ao longo das últimas décadas. Uma das grandes ferramentas desenvolvidas, com recentes marcos legais no Brasil, é o prontuário eletrônico. A popularização trouxe velocidade no atendimento médico, facilidade de integração dos dados, armazenamento e personalização.
Para quem busca atravessar a transformação digital ou adequar melhor uma ferramenta a sua rotina, entender as características dos diferentes tipos de prontuário eletrônico é uma tarefa necessária. Afinal, a tecnologia continua a avançar e a funcionalidade do prontuário acompanha essa evolução.
O prontuário do Amigo é uma solução segura e personalizável, que otimiza o atendimento médico em diversas especialidades, como oftalmologia, ortopedia, dermatologia, etc. Com tantos recursos, a ferramenta torna a rotina de médicos mais ágil e simples.
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