Jornada Médica

PJ ou PF para médicos: qual a melhor opção?

Descubra se médicos devem atuar como PJ ou PF. Analise benefícios, tributações e oportunidades para tomar a decisão mais vantajosa para sua carreira.

Equipe Amigo

Criador de conteúdo
8 Sep
23
Atualizado em
8 Sep
23
8 min de leitura

Uma jovem médica, com uma expressão amigável, sorrindo diretamente para a câmera.

Você acabou de se formar em Medicina e não sabe como receber por seu trabalho, nem sabe muita coisa sobre impostos? Essas são dúvidas bastante comuns entre os médicos, sobretudo os profissionais recém-formados. Mas afinal, PJ ou PF para médicos: qual a melhor opção?

Para tomar essa decisão, você deve avaliar alguns fatores:

  • Oportunidades de trabalho
  • Descontos e contribuições
  • Riscos legais a assumir

O que contém este artigo?

  • Pessoa Física e Pessoa Jurídica para médicos: principais diferenças
  • Pessoa Física – CLT ou "Carteira assinada"
  • Pessoa Física – Prestador de Serviço Autônomo
  • Pessoa Jurídica – PJ própria
  • Pessoa Jurídica – Empresas Coletivas (Fuja desta opção)
  • Afinal, qual a melhor opção: PJ ou PF para médicos?
  • O que fazer a partir de agora?

Pessoa Física e Pessoa Jurídica para médicos

A diferença entre um médico atender como pessoa física ou pessoa jurídica está relacionada à forma como a prática médica é estruturada legalmente e aos impactos financeiros e tributários associados a cada opção.

Quando você atua como Pessoa Física (PF), o serviço prestado fica atrelado a seu CPF (Cadastro de Pessoa Física).

Já no caso de Pessoa Jurídica (PJ), o médico exerce sua prática clínica ou médica através de uma entidade legalmente constituída, como empresa ou sociedade.

Pessoa Física

Por se tratar de um profissional da área da saúde, o médico não precisa abrir empresa para prestar seus serviços, portanto pode ser contratado como celetista ou prestador de serviço autônomo.

CLT ou "Carteira assinada"

O profissional celetista trabalha em regime de emprego formal, tendo vínculo empregatício com uma instituição, seja hospital, clínica ou outra entidade de saúde.

Esse médico é considerado um empregado e está sujeito às normas e condições estabelecidas na CLT, legislação trabalhista que estabelece as regras e regulamentações para as relações de trabalho entre empregadores e empregados no Brasil.

Prestador de Serviço Autônomo

Ao contrário do empregado, o trabalhador autônomo não está subordinado juridicamente à pessoa ou empresa que o contratou.

Mas, apesar de não ter vínculo empregatício, há um contrato entre o profissional e a empresa contratante, que estabelece as obrigações de ambas partes.

Nesse caso, para receber o pagamento, o médico deve emitir um recibo (RPA) usando seu CPF.

Observações

Alguns médicos, especialmente os recém-formados, por não ter muito conhecimento sobre as burocracias e regulamentações, acabam optando por iniciar na profissão como Pessoa Física, mas isso implica em algumas desvantagens.

O médico que escolhe trabalhar como PF consegue emitir recibos utilizando o próprio CPF, pagando o INSS e o Imposto de Renda com alíquotas que podem chegar a 27,5%.

No caso dos profissionais autônomos, existe ainda o ISS, imposto instituído pelos municípios e que varia de 2% a 5%.

Além disso, as oportunidades de atendimento são reduzidas, pois a maioria das empresas (clínicas, hospitais e outras entidades de saúde) prefere contratar médicos que possuem PJ, como explicaremos na sequência.

Pessoa Jurídica

Essa é a forma mais comum no meio médico. Nesse caso, você pode trabalhar de forma autônoma e abrir uma PJ por conta própria ou associar-se a uma cooperativa. Mais a frente você entenderá o quão perigosa é esta última opção.

PJ própria (Sociedade Unipessoal)

Abrir uma empresa significa uma nova etapa na carreira médica. Ao exercer a profissão como PJ, o médico desfruta de alguns benefícios.

Além de ter mais controle sobre as operações realizadas em seu nome, você também consegue pagar menos impostos do que pagaria como pessoa física, por meio de um planejamento tributário específico para seu perfil de empresa.

Ter uma pessoa jurídica em seu nome facilita que você tenha vários vínculos de trabalho, diferentemente do que prevê a CLT. Ou seja, você amplia as opções de atuação e possui mais oportunidades de prestar seu serviço.

Como PJ, você tem validade em todo o território nacional. Independente do estado onde é registrada sua empresa, você poderá trabalhar em qualquer lugar do país.

Empresas Coletivas (Sociedade Cooperativa) – Fuja desta opção

No início do artigo, falamos que o risco legal assumido é um dos fatores levados em consideração na hora de escolher a melhor forma de receber, ao iniciar a carreira médica.

Associar-se a uma Sociedade Cooperativa ou "PJotão", como também é conhecida, é uma prática muito comum no meio médico, embora não ofereça segurança legal alguma.

Nesse caso, o profissional se associa à PJ de outros médicos, sendo um colaborador que contribui financeiramente e compartilha os lucros.

No entanto, ao fazer parte de uma "empresa coletiva", você está assumindo riscos jurídicos, contábeis e impasses comerciais, decorrentes das ações de terceiros.

Em função disso, evite esse caminho e aconselhe seus colegas a seguir seu exemplo. Se o CFM notificar esse "PJotão" pelo erro de um profissional, todos são responsabilizados.

Temos certeza de que esse não é um risco que você quer assumir.

Afinal, qual a melhor opção: PJ ou PF para médicos?

Levando em consideração as particularidades de cada opção e os fatores que influenciam nessa escolha, é seguro dizer que atuar como Pessoa Jurídica com sua própria empresa é a forma mais vantajosa.

Para ficar ainda mais claro, comparamos dois cenários. Observe que no cenário B, o profissional consegue ter uma economia de R$ 20 mil ao final do ano.

Além de economizar, você tem mais segurança e oportunidades para exercer sua profissão.

Outra vantagem é a possibilidade de benefícios que a PJ oferece, como possuir os ativos protegidos e poder escalar seus serviços.

Mas se você ainda prefere atuar como Pessoa Física, aqui vão alguns cuidados:

  1. Certifique-se de que o vínculo é registrado. Como autônomo, você não terá um CNPJ para emitir notas fiscais, precisará de uma forma legal para receber pelo seu trabalho.
  2. O RPA (Recibo de Pagamento Autônomo) é um documento que deve ser emitido por quem contratou o serviço para comprovar o pagamento a pessoas físicas, sem caracterizar o vínculo CLT.
  3. Atente-se ao preencher o livro de caixa para não acabar caindo na malha fina por desatenção.
  4. O carnê-leão é um imposto obrigatório sobre a renda, que deve ser pago mensalmente por aqueles que receberam rendimentos superiores a R$ 1.903,98 de outras pessoas físicas ou do exterior. Ele funciona como um guia de pagamento que reúne os tributos e os valores a serem quitados pelo contribuinte. Em virtude disso, separamos informações sobre o Carnê Leão 2023, assim como dados sobre a tabela, o preenchimento e a DARF.

O que devo fazer a partir de agora?

Se você ainda não atende como PJ, abrir uma empresa é o primeiro passo. Isso envolve contratar um contador, pagar a taxa de abertura na Junta Comercial (DAE), ter um endereço virtual e o certificado digital em nuvem.

Outra opção é contratar o Amigo Contábil. Além de abrir uma empresa individual sem custos, você também contará com uma equipe especializada para adequá-lo à menor carga tributária legal.

Você foca em cuidar de seus pacientes, e deixa as burocracias com a Amigo.

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Finanças

Aprenda como precificar serviços na área de saúde de maneira eficiente, equilibrando lucro e satisfação do paciente. Descubra os principais fatores que impactam a precificação e como uma gestão inteligente pode otimizar sua clínica ou consultório.

Precificar serviços na área de saúde é uma atividade que pode envolver diversos fatores e critérios, como custos fixos e variáveis, impostos, taxas de cartão, lucro, pró-labore, entre outros. É comum profissionais de saúde, pelo volume e complexidade de seus trabalhos, dedicarem pouco tempo para aperfeiçoar o modelo de gestão de seus negócios. Dominar a área de gestão é uma das melhores habilidades que um profissional de saúde pode ter, considerando que a estratégia de gerenciamento adotada e a definição precisa de preços são capazes de equilibrar uma boa margem de lucro com nível de satisfação elevado por parte do paciente.

Ao longo deste artigo você saberá como precificar bem serviços na área de saúde, de modo a garantir lucro adequado, sem abdicar da boa satisfação de seu paciente.

Fatores que impactam a precificação de um negócio na área de saúde

Antes de iniciar o processo de precificação de serviços oferecidos por clínicas e consultórios, é fundamental tomar conhecimento sobre características mais gerais do negócio, do mercado e da região.

Conheça o perfil de seus pacientes em potencial

Cada região traz características históricas e demográficas que devem ser levadas em consideração para entender a melhor estratégia de precificação em sua clínica ou consultório. De acordo com a área de atuação, pacientes podem estar dispostos a pagar mais ou menos por determinado tipo de procedimento, podem demandar serviços mais ou menos exclusivos.

Realize análises de mercado sempre que possível

É fundamental observar com determinada frequência o que está acontecendo no mercado em que sua clínica ou consultório atua. Desse modo, cabe aos gestores mensurar valores médios cobrados pela concorrência, tipo de serviços oferecidos, formas de pagamento, perfis de pacientes, estrutura oferecida, tendências do mercado e possibilidades de inovação tecnológica.

Controle os custos com infraestrutura e manutenção

Algumas perguntas relacionadas à operação da clínica ou consultório são indispensáveis para uma boa gestão, como: quanto é preciso investir em móveis, equipamentos e instrumentos utilizados nos procedimentos? Quanto é necessário para realizar a limpeza e manutenção de toda essa estrutura? Quais outros custos garantem o funcionamento do negócio, como energia elétrica, água e internet? Qual o custo com a folha de pagamento dos funcionários? Qual o custo tributário da operação do negócio?

Sem respostas objetivas sobre todos os custos básicos do negócio, é impossível estabelecer uma precificação saudável e adequada às suas características e necessidades, já que os custos precisam ser repassados, de algum modo, para os pacientes.

Mensurando e explorando o valor agregado pelos serviços médicos

Além dos custos para a realização dos procedimentos oferecidos por uma clínica, há outros aspectos simbólicos que devem ser observados ao longo do processo de precificação. Fatores como o tempo de atuação no segmento, experiência dos profissionais atuantes, imagem e reputação do negócio diante de seus clientes também agregam valor aos serviços prestados e podem ser incluídos nos preços aplicados.

Como montar a precificação adequada para sua clínica ou consultório?

O sucesso de uma clínica ou consultório médico depende de uma boa gestão, que, necessariamente, passa por uma estratégia de precificação adequada. Nesse sentido, observar características internas do negócio e externas, da concorrência, é uma tarefa indispensável para gestores, que deve acontecer de maneira recorrente e alinhada ao planejamento estratégico.

Para montagem de uma boa estratégia de precificação, é necessário compor uma simples equação que contém os seguintes elementos:

Custos Fixos: Despesas mensais ou anuais que não mudam com o número de atendimentos. Exemplo: aluguel, condomínio, CFM, IPTU, etc.

Custos Variáveis: Podem variar conforme o volume de atendimentos ou procedimentos, como insumos, medicações e medicamentos. Pela variação, o controle desse tipo de custo costuma ser bem mais difícil, já que exige um acompanhamento diário.

Impostos: É indispensável considerar os custos fiscais de cada procedimento.

Atendimento de retorno: Cada atendimento deve considerar o tempo de retorno e também insumos envolvidos no procedimento.

Lucro: É a receita que cabe ao negócio, seja como pró-labore ou investimento. É importante lembrar que o regime de Lucro Presumido é o mais utilizado por PJs na área médica. Tal enquadramento prevê lucro mínimo de 32%. Estando nessa modalidade, os negócios precisam aplicar 32% de margem de lucro, pelo menos.

O preço de um atendimento deve ser a soma dos custos fixos e variáveis, impostos, atendimento de retorno e a margem de lucro.

Atendimento = Custos fixos + Custos variáveis + Impostos + Atendimento de retorno + Margem de lucro

Conclusão

Para que a gestão da precificação de uma clínica ou consultório seja feita de forma organizada e integrada, é importante que o negócio conte com um sistema de gestão inteligente. O Amigo é uma ferramenta capaz de reunir as variadas informações, que podem estar espalhadas em setores diferentes (agendamento, atendimento, estoque, contabilidade, financeiro, etc.), cruzar dados automaticamente, e acessar relatórios que trazem uma visão completa do negócio, auxiliando na tomada de decisões estratégicas.

15
Aug
24
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Contabilidade

A equiparação hospitalar pode trazer redução significativa de impostos e uma série de melhorias relacionadas. Saiba o que é equiparação hospitalar, quais os requisitos necessários, benefícios e etapas para implementação.

Médicos gestores têm buscado cada vez mais se informar e aplicar a estratégia de equiparação hospitalar, devido em muito à alta complexidade do sistema tributário brasileiro. A abordagem permite não somente aliviar o impacto da carga tributária, como também elevar a eficiência contábil de uma clínica ou consultório.

O que é equiparação hospitalar?

Equiparação hospitalar é um instrumento legal utilizado para trazer vantagens financeiras significativas  para clínicas de diversos perfis e especialidades médicas. A estratégia tributária possibilita equiparar, em termos fiscais, clínicas e hospitais, no entendimento de que as clínicas executam determinados serviços semelhantes aos prestados por hospitais.

Clínicas que oferecem procedimentos mais complexos, como internação, exames de imagem, cuidados pós-operatórios intensivos, estrutura hospitalar, podem se beneficiar com esse mecanismo e gozar da redução de impostos. Para a realização desse processo, é preciso, não uma ação isolada, mas um conjunto de medidas visando reorganizar as finanças e a contabilidade da empresa.

Assim, para diminuir a carga de impostos, clínicas se apoiam na Lei n.º 9.249/2015, que realiza o cálculo dos hospitais de modo diferente, além da Instrução Normativa 1234/2012, que define os que são considerados serviços hospitalares para o governo federal. Estes se enquadram  nas atribuições 1 a 4 da Resolução RDC 50/2002, que objetivam controlar as atividades dos locais de saúde.

Quais os requisitos para ter reconhecida a equiparação

Para que a equiparação hospitalar seja reconhecida, é necessário que os gestores implementadores das medidas estejam cientes das condições específicas e garantam adequação às normas fiscais e regulatórias indispensáveis. Na sequência, serão apresentados alguns requisitos fundamentais para que o processo aconteça:

- Adequar-se a clínica ao regime tributário do Lucro Presumido
A clínica deve estar registrada no regime tributário do Lucro Presumido, modo que simplifica tributos ao presumir um lucro pré-estabelecido. Sem esse enquadramento não é possível realizar a equiparação hospitalar.

- Ser uma sociedade empresária
É preciso que a clínica, do ponto de vista empresarial, seja uma sociedade empresária com registro na Junta Comercial.

- Alinhar-se com as normas da ANVISA
A clínica deve atender integralmente às normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). É importante ressaltar que o alinhamento considera tanto padrões de qualidade e segurança, como boas práticas no ambiente onde acontece a prestação de serviços.

- Realizar procedimentos complexos
A equiparação hospitalar pode ser feita por clínicas de diversas áreas, desde que seja constatado que a clínica oferece procedimentos complexos, que demandam internação, centro cirúrgico e cuidados intensivos.

Na tentativa de amenizar o impacto da carga tributária, muitas clínicas buscam a equiparação sem a devida orientação técnica. É decisivo para o processo contar com consultoria especializada em negócios na área de saúde. A ajuda pode garantir a implementação das medidas com segurança fiscal, sem maiores prejuízos à rotina da empresa.

Quais os benefícios e economias da equiparação hospitalar para clínicas médicas?

Para as clínicas que conseguem realizar a equiparação hospitalar, os benefícios, principalmente fiscais, são bem expressivos e com um grande impacto para o sucesso dos negócios. Além disso, outros benefícios também podem ser observados, como a maior segurança jurídica e o ganho de competitividade.

- Redução significativa de impostos

Com a equiparação, há uma mudança considerável de encargos fiscais, principalmente em procedimentos complexos, como cirurgias ou exames de imagem.  Com a amortização, há maior margem de lucro para a empresa, que pode investir na capacitação de profissionais, em melhorias estruturais ou aquisição de novas tecnologias.

- Solidez e previsibilidade financeira

Reduzir impostos permite que a gestão dos recursos seja mais eficiente. Com isso, pode haver maior previsibilidade no orçamento da empresa, o que permite planejar a longo prazo de modo estratégico. A economia nos tributos torna mais sólida a gestão financeira da clínica, diminuindo impactos com as variações econômicas que podem acontecer.

- Aumento de competitividade

A partir do momento em que clínicas se equiparam aos hospitais em termos de serviços, naturalmente, são capazes de atrair mais pacientes. Essa capacidade de atração representa um estímulo para que a empresa fortaleça seu posicionamento no segmento em que atua, se tornando uma marca cada vez mais forte.

Conclusão

Com uma carga tributária complexa, a tarefa de realizar uma gestão tributária se torna ainda mais difícil no Brasil, especialmente para clínicas médicas. Uma maneira eficiente de simplificar e amortizar impostos é buscar a equiparação hospitalar.

Para tanto, é fundamental contar com o suporte de profissionais da área jurídica e especialistas em contabilidade médica, já que um profissional generalista pode não conhecer profundamente detalhes operacionais e fiscais dos serviços de saúde, podendo colocar em risco o procedimento, que leva alguns meses para ser concretizado.

Na equiparação hospitalar, não há um limite pré-estabelecido para a redução de impostos. O tamanho dela está diretamente relacionado à elegibilidade da clínica e ao volume de procedimentos ofertados. Isso reforça a importância da consultoria de profissionais especializados, que podem incluir o máximo de critérios de elegibilidade, além de garantir solidez para que o acompanhamento seja contínuo.

Uma condição básica para quem busca a equiparação hospitalar é entender a situação fiscal em que a clínica se encontra. O Amigo oferece um diagnóstico tributário totalmente exclusivo e gratuito. A ferramenta, que utiliza consultores com experiência em contabilidade médica, é o primeiro passo para conquistar um alinhamento fiscal que possibilite a equiparação. Solicite um diagnóstico tributário e transforme a situação fiscal de sua clínica para melhor.

17
Jul
24
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Contabilidade

Saiba quais as principais características e desafios relacionados à gestão tributária das clínicas médicas no Brasil.

A complexidade da gestão de um negócio na área de saúde somada à complexidade tributária do Brasil proporciona uma experiência cada vez mais difícil para médicos e gestores de clínicas e consultórios. Manter as finanças organizadas, planejar todas as operações diárias da clínica, atrair e fidelizar clientes têm sido um trabalho multifacetado e atravessado por desafios que exigem ações estratégicas e auxílio de ferramentas para otimizar a rotina.

Principais dificuldades financeiras enfrentadas por clínicas brasileiras

O segmento de clínicas médicas está em constante crescimento no Brasil, muito pelo fato de a saúde ser um bem de primeira necessidade, mas principalmente por demandas cada vez mais variadas de procedimentos, que acompanham a evolução das tecnologias e das formas de atendimento. Atualmente, são 291.362 clínicas privadas registradas nos seguintes CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas):

8630-5/01: Atividade Ambulatorial com recursos para realização de procedimentos cirúrgicos;

8630-5/01: Atividade médica ambulatorial com recursos para a realização de exames complementares;

8630-5/01: Atividade médica ambulatorial restrita a consultas como atividade principal.

A partir de tais classificações, é importante destacar que a atividade está presente em 100% dos municípios brasileiros. São Paulo é o estado que mais possui clínicas (80.255), seguido por Minas Gerais (30.412) e Rio de Janeiro (26.979). As microempresas dominam o espectro de clínicas brasileiras, sendo 64,09% do total, enquanto empresas de pequeno porte representam 17,06% e médias e grandes empresas somam 16,8%. 

A taxa de mortalidade das clínicas é de 12,36% ao ano. Apesar do grande volume de empreendimentos, o setor não pode ser considerado estabelecido, já que a maturidade, índice que considera empresas estabelecidas com 3,5 anos ou mais, é de 58,99%, o que corresponde a 154.741 clínicas. Já 37% das clínicas (105.870) possuem entre 1 e 3 anos, e outros 3,1% (8790) são empresas nascentes, com menos de 1 ano de atividade.

Segundo o Relatório Focus, a recuperação gradual da economia brasileira traz impactos positivos para o setor de saúde privado. Clínicas se valem das demandas cada vez mais específicas e são impulsionadas pelo envelhecimento da população e crescimento da classe média. Apesar disso, encontram um sistema tributário complexo e pesado para os serviços na área de saúde.

Alguns fatores se destacam como desafios comuns para a gestão financeira de clínicas médicas, impactando sua operação e sustentabilidade:

Custos operacionais elevados: o funcionamento de uma clínica passa pelo pagamento de salários e benefícios de profissionais especializados (médicos, enfermeiros, administradores). Além disso, há custos com equipamentos médicos, que normalmente são caros e que devem passar por manutenções periódicas ou substituição quando acontecem inovações na área.

Tributação e Burocracia

O sistema tributário brasileiro passou por reforma importante recentemente, mas ainda é bastante complexo e pode ser cruel para muitas clínicas. Impostos como o ISS (Imposto sobre Serviços), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e PIS/COFINS (Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público) tornam elevada a carga tributária, fazendo com que muitas empresas atravessem problemas fiscais. Além da tributação, há esforços de tempo e recursos para atendimento às regulamentações sanitárias e todas as exigências legais referentes ao segmento.

Gestão financeira

Muitas clínicas brasileiras não realizam planejamento financeiro e orçamentário adequado ao negócio. Não ter um controle dos fluxos de caixa ou usar recursos de forma não estratégica pode trazer problemas de faturamento para a clínica. Outro ponto que merece atenção é a inadimplência, tanto por parte dos pacientes, quanto por dificuldades no faturamento de serviços prestados por meio de convênios e seguradoras.

Investimentos e crédito

Taxas de juros elevadas e a exigência de garantias podem representar um obstáculo para que clínicas consigam recursos para investimentos, o que contribui para a expansão ou melhoria do negócio.

Concorrência

O volume de clínicas, sobretudo privadas, demanda investimentos contínuos em marketing para atrair e fidelizar clientes, além de custos para a garantia da qualidade ao longo de toda a jornada do paciente. Um dos grandes desafios nesse sentido é conseguir equilibrar a qualidade do atendimento com a eficiência operacional. Só dessa forma o negócio se torna viável e sustentável.

Carga tributária aplicada a serviços de saúde

Clínicas médicas podem se enquadrar em três regimes tributários distintos: o Simples Nacional, o Lucro Real e o Lucro Presumido. A carga tributária pode variar de 6% a 30,5%. Quando o faturamento é abaixo de R$4,8 milhões, as clínicas podem utilizar o Simples Nacional, que faz a arrecadação através do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), com recursos distribuídos para União, Estados e Municípios. A carga tributária está normalmente entre 14% e 15%.

No regime de Lucro Presumido, empresas médicas têm carga tributária variando entre 13,33% e 16,33%, com faturamento anual de até R$78 milhões. Neste regime, o recolhimento utiliza várias guias, incluindo PIS, COFINS, CSLL, IRPJ, destinados à União, e ISS, que varia conforme o município onde acontece a prestação de serviços. 

O Lucro real, obrigatório para empresas que faturam anualmente mais de R$78 milhões, promove o cálculo de tributos por confronto, incidindo o IRPJ e CSLL sobre o lucro líquido. No regime, cada imposto se utiliza de uma guia específica e é fundamental atentar para obrigações acessórias, como Sped Contábil, LALUR, Inventário e ECF.

Segundo a Lei 9249/1995, clínicas que optam pelo regime do Lucro Presumido ficam sujeitas à tributação do Imposto de Renda (IFPJ) e da Contribuição Social (CSLL), com base de cálculo de 32% sobre a receita bruta do trimestre. É desconhecido por muitos gestores que estabelecimentos com esse perfil podem se enquadrar em atividades equiparadas aos hospitais, considerando as práticas relacionadas à saúde. Com isso, há uma oportunidade de redução de impostos na clínica ou consultório. A alíquota do IRPJ cai de 32% para 8%, já a da CSLL cai de 32% para 12%, representando uma grande economia para o negócio.

Para a realizar a equiparação hospitalar, é indispensável que as clínicas médicas contem com o suporte de especialistas na área de contabilidade médica. Por ser uma operação burocrática, com detalhes técnicos determinantes para o seu sucesso, o conhecimento mais aprofundado faz toda a diferença.

Outra condição essencial para quem busca a equiparação hospitalar é entender a situação fiscal em que a clínica se encontra. O Amigo oferece um diagnóstico tributário totalmente personalizado e gratuito. A ferramenta, que utiliza consultores com experiência em contabilidade médica, é o primeiro passo para conquistar um alinhamento fiscal que possibilite a equiparação. Solicite um diagnóstico tributário e transforme a situação fiscal de sua clínica para melhor.

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Jun
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