Produtividade

Tipos de prontuário eletrônico: qual se encaixa melhor em sua clínica?

O prontuário eletrônico é uma das ferramentas digitais que mais impacta a vida de profissionais da medicina, com facilidades que ajudam a reduzir tempo e custos. Saiba quais as regulamentações existentes sobre a área, tipos de prontuário eletrônico, além de vantagens para sua clínica ou consultório.

Equipe Amigo

Criador de conteúdo
4 Oct
24
Atualizado em
4 Oct
24
8 min de leitura

Um dos maiores desafios para o atendimento médico na era da informação é conseguir reunir, organizar e acessar com facilidade dados dos pacientes para a devida análise. A utilização do prontuário eletrônico possibilita aos médicos a visualização rápida das informações para atendimento, tornando os procedimentos mais eficientes. Não à toa, é um dos principais instrumentos da tecnologia digital presente na rotina dos profissionais, desde algumas décadas. 

O que é e para que serve um prontuário eletrônico?

A origem da palavra prontuário está no latim promptuarium, que significa: “local onde deveriam ser guardados os objetos que poderiam ser necessários sem perda de tempo”. Quando a medicina incorporou o termo a sua prática, preservou-lhe a essência, já que o “prontuário médico” reúne dados sobre a saúde de um paciente, contemplando informações do início ao final da vida daquela pessoa. 

Dentro desse agrupamento, pode haver imagens, exames, histórico familiar e outras informações fundamentais para qualquer análise ou tratamento. Além disso, o documento técnico serve como prova legal, se solicitado em algum processo judicial, já que conta com assinatura de algum profissional médico responsável. 

Prontuário Eletrônico

O prontuário eletrônico do paciente (PEP) é um sistema que armazena, agrupa e gerencia dados de uma determinada clínica, concentrando informações sobre os pacientes em uma unidade de saúde. O objetivo principal desta ferramenta é tornar fácil e rápido o acesso, a comunicação e a integração de informações sobre o estado de saúde dos pacientes. Com a praticidade, é possível conferir mais qualidade e eficiência aos atendimentos.

Dentro de um sistema de prontuário eletrônico há os registros de arquivos de modo automático a partir do preenchimento de informações. Os dados permanecem estáticos e salvos em um servidor até que haja alguma alteração nas informações. Na sequência, saiba algumas das principais funções do prontuário eletrônico na rotina de uma clínica:

  • Auxílio na tomada de decisões médicas: ao carregar informações detalhadas sobre o histórico de cada paciente, como diagnósticos, exames, tratamentos anteriores e reações à medicação, o prontuário é essencial para que os profissionais de saúde tomem decisões seguras e personalizadas.
  • Identificação de padrões: a observação contínua de prontuários de pacientes pode ajudar médicos a encontrar padrões e tendências. Esse tipo de percepção é útil para a pesquisa médica, aperfeiçoamento de tratamentos e detecção de possíveis ameaças sanitárias, como surtos e epidemias.
  • Representação legal: dispondo da assinatura de um profissional responsável, os prontuários eletrônicos são documentos de validade legal, que podem ser utilizados como provas em processos judiciais. 
  • Monitoramento dos índices de qualidade da clínica: além da análise do histórico médico de um paciente, o prontuário eletrônico também possibilita a avaliação de qualidade do atendimento fornecido pela clínica ou consultório. Com essa prática, gestores conseguem monitorar dados que revelam o cumprimento de protocolos, adequação ao perfil da clínica e eficácia dos atendimentos.
  • Apoio ao planejamento institucional: a extração dos dados de prontuários pode ser útil para a avaliação de desempenhos mais gerais do negócio, como a identificação de especialidades médicas mais procuradas, identificação de carências de treinamento da equipe de atendimento ou problemas envolvendo o fluxo de pacientes na clínica. 

Principais vantagens do prontuário eletrônico

A versão em papel foi durante muito tempo a única forma de prontuário disponível. A partir dos anos 60 começaram a surgir os primeiros sistemas de prontuário eletrônico nos Estados Unidos, em um período de ainda pouca popularização dos computadores. Assim, o uso foi iniciado em grandes hospitais parceiros de universidades, como Harvard, por exemplo. 

A partir dos anos 80, o prontuário eletrônico começou a ser mais utilizado, muito em função dos esforços para a informatização da área da saúde. Como um marco dessa evolução, o Institute of Medicine (IOM), órgão norte-americano de estudos sobre a saúde, publicou um relatório em 1991 sugerindo a eliminação de registros de pacientes baseados em papel num período de até dez anos. Com a popularização dos sistemas computacionais e a internet acessível, sobretudo após a virada do milênio, os prontuários eletrônicos se tornaram peças fundamentais para a rotina de médicos e negócios da área.

Apesar de o prontuário de papel ser ainda bastante utilizado, o prontuário eletrônico tem se mostrado uma ferramenta cada vez mais presente. Muito pelas suas facilidades, mas também pelas limitações que o papel apresenta para as demandas dos serviços atuais. Por ser um material frágil, pode desaparecer ou se deteriorar muito facilmente, comprometendo a proteção dos dados e privacidade dos pacientes. 

O papel também impossibilita ou, pelo menos, diminui a capacidade de personalização do prontuário. Esta desvantagem se torna ainda mais determinante porque cada área da medicina pode exigir informações específicas a partir de um modelo próprio. Prontuários de papel também necessitam de uma sala de arquivos para armazenamento. Ou seja, a clínica precisa renunciar a um espaço físico que poderia aumentar a receita do negócio, como um consultório ou uma sala para exames.

Dentre as principais vantagens do prontuário eletrônico, podem-se destacar:

  • Acesso rápido de qualquer local: é possível consultar informações de maneira fácil e rápida por diversos dispositivos, já que o sistema pode ficar hospedado na nuvem. Essa característica torna a ferramenta indispensável em casos de emergência, como um acidente, em que é necessário consultar sobre alergias a alguma medicação, ou histórico de doenças.
  • Centralização de dados: o agrupamento de informações e arquivos diversos, como prontuários antigos, resultados de exames, fotos ou receitas médicas, torna rápida a análise completa do paciente. Isso torna fácil o momento de diagnóstico ou orientação para tratamento.
  • Redução de erros na interpretação: com o uso de um sistema digital, há uma menor probabilidade de erros relacionados à má legibilidade de alguma caligrafia ou informação corrompida no papel. O padrão de registro do digital melhora a assimilação do conteúdo. 
  • Backup e armazenamento: o prontuário eletrônico possibilita o armazenamento de grande volume de dados em servidores com sistemas de segurança robustos, dispensando a necessidade de um espaço físico. Para diminuir o risco de perda de dados, backups podem ser realizados.
  • Melhora no atendimento e produtividade: os prontuários são ferramentas que precisam ser acessadas diariamente. Como a versão eletrônica é armazenada em um sistema médico, suas informações podem ser facilmente encontradas por meio de buscas por consultas, exames, procedimentos ou medicamentos. Naturalmente, a agilidade impacta a produtividade dos profissionais envolvidos nos atendimentos. 

Legislação sobre prontuário eletrônico

A legislação brasileira impõe normas para a utilização, armazenamento e compartilhamento de prontuários eletrônicos no país. Segundo o Conselho Federal de Medicina, o prontuário reúne informações, sinais e imagens registradas de fatos ou situações relativos à saúde do paciente, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada. 

A ferramenta é autorizada para guarda, manuseio e troca de informações identificadas de saúde, dispensando o uso do papel. A certificação indica que o prontuário deve garantir a autenticidade, integridade e confidencialidade dos dados por meio de criptografia, assinatura digital e certificação digital.

Em 2018 foi promulgada a Lei do Prontuário Eletrônico no Brasil, que dá maior segurança jurídica ao histórico de saúde em versão digital, além de ser um importante marco da da saúde no país. A normatização do prontuário eletrônico também promoveu o uso de sistemas informatizados mais gerais, com funções e recursos cada vez mais variados e integrados. Uma das regras estabelecidas em lei indica que os arquivos do PEP devem conter certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), além do Nível de garantia de segurança 2 (NGS2), especificado no Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde. 

A resolução 2.299/2021 do CFM, que permite a emissão de documentos médicos digitais, estipula ainda que prescrição, relatório, solicitação de exame, laudo, atestado e parecer técnico devem contar com as seguintes informações: identificação do médico; registro de qualificação de especialista (RQE); identificação do paciente; data e hora; e assinatura digital do médico.

Tipos de prontuário eletrônico

Apesar de possuir a mesma base de tecnologia, os prontuários eletrônicos podem ser classificados em de três diferentes categorias. A segmentação leva em consideração algumas especificidades de tecnologia e uso.

Prontuário com base de dados locais

Esse tipo de prontuário funciona por meio de um servidor que não necessita de internet. Assim, todas as informações circulam em uma rede local. 

Vantagens

  • Acesso offline;
  • Backups locais de forma manual ou automática;
  • Acesso em caso de queda de energia (quando há gerador ou nobreaks).

Desvantagens

  • Sem backup em nuvem;
  • Custo elevado de manutenção e operação da estrutura;
  • Impossibilidade de acesso remoto;
  • Não acompanha atualizações de recursos do mercado.

Prontuário eletrônico em nuvem

A principal característica desse tipo de prontuário é o armazenamento de dados em uma nuvem, normalmente com certificações de segurança adequadas. 

Vantagens

  • Backup em nuvem;
  • Informações acessíveis remotamente;
  • Facilidade de compartilhamento das informações com outros dispositivos e usuários;
  • Custo baixo de manutenção e atualização de recursos;
  • Desnecessidade de ocupação de espaço físico na clínica;
  • Segurança de dados - protocolo HTTPs, criptografia e conformidade com a LGPD.

Desvantagens

  • Depende da internet para uso.

Prontuário eletrônico híbrido

Esse tipo de prontuário permite a integração da base de dados local ao armazenamento de dados na nuvem. Assim, as informações ficam guardadas em computadores de uma clínica e também em servidores seguros. 

Vantagens

  • Dados com acesso fácil em qualquer dispositivo;
  • Armazenamento seguro e confiável.

Desvantagens

  • Sistema com maior complexidade de tecnologia;
  • Custo de operação e manutenção elevado.

Qual o tipo de prontuário ideal para minha clínica?

O conhecimento sobre as funções e tipos de prontuários é algo fundamental para profissionais de saúde presentemente, considerando que são instrumentos que entregam versatilidade, praticidade e segurança jurídica para quem utiliza. Para quem realiza a gestão de uma clínica, antes da escolha de um modelo de prontuário eletrônico, é indispensável refletir sobre a realidade do negócio. 

Para esse tipo de entendimento, é indispensável reunir informações sobre o tamanho e a quantidade de unidades da clínica, número de profissionais envolvidos, tipos de procedimentos oferecidos e capacidade de investimento. Além disso, cabe analisar critérios relacionados ao tipo de prontuário desejado, como capacidade de personalização, suporte de uma equipe de software especializada, integração com outros recursos digitais, segurança e privacidade de dados, acessibilidade por meio de dispositivos diferentes e custo de aquisição.

Determinar um tipo de prontuário ideal é difícil sem uma profunda análise do negócio. Pois, a melhor alternativa é sempre a que melhor se ajusta às necessidades e ao modelo de negócio da clínica. Consultar empresas especialistas em soluções de tecnologia para a saúde também é um facilitador do processo, já que oferecem informações técnicas adequadas e a testagem dos prontuários.

Explore o prontuário do Amigo

O prontuário do Amigo é totalmente digital e está disponível na nuvem a qualquer momento, garantindo segurança e praticidade para o atendimento médico. Além disso, a ferramenta oferece diversos benefícios que reduzem o tempo e o custo da rotina médica, como:

  • Prontuário personalizável, adaptável às necessidades de diversas especialidades médicas;
  • Base atualizada de medicamentos da Anvisa e da Pharmapele;
  • Visualização rápida do histórico dos pacientes, com filtros que facilitam a leitura durante a evolução;
  • Criação de questionários e envio de mensagens no atendimento e pré-atendimento;
  • Gerenciamento de exames: encaminhamentos, fila, triagem e acompanhamento.

Para médicos oftalmologistas, por exemplo, o prontuário do Amigo otimiza os atendimentos, permitindo o acompanhamento detalhado de todos os procedimentos de exames. Já para dermatologistas e cirurgiões plásticos, a ferramenta facilita a análise clínica com a galeria de imagens, um recurso que permite anexar e comparar imagens ao longo da evolução do paciente.

Com todas essas facilidades e alta capacidade de personalização, o prontuário do Amigo simplifica a rotina de diversas especialidades médicas.

Conclusão

A evolução da tecnologia na área de saúde trouxe ganhos na experiência de pacientes e profissionais ao longo das últimas décadas. Uma das grandes ferramentas desenvolvidas, com recentes marcos legais no Brasil, é o prontuário eletrônico. A popularização trouxe velocidade no atendimento médico, facilidade de integração dos dados, armazenamento e personalização. 

Para quem busca atravessar a transformação digital ou adequar melhor uma ferramenta a sua rotina, entender as características dos diferentes tipos de prontuário eletrônico é uma tarefa necessária. Afinal, a tecnologia continua a avançar e a funcionalidade do prontuário acompanha essa evolução.

O prontuário do Amigo é uma solução segura e personalizável, que otimiza o atendimento médico em diversas especialidades, como oftalmologia, ortopedia, dermatologia, etc. Com tantos recursos, a ferramenta torna a rotina de médicos mais ágil e simples.

Agende uma demonstração gratuita de nossa solução e descubra como o Amigo pode reduzir custos e otimizar o tempo em sua rotina.

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Finanças

Números mostram que cada vez mais os médicos estão endividados e trabalhando apenas para pagar contas.

Durante a faculdade o estudante aprende sobre o corpo humano, atendimentos ambulatoriais, equipamentos e tudo o que envolve a atividade médica. Entretanto, alguns assuntos importantes acabam sendo deixados de lado, principalmente os que não têm relação com a saúde humana.

Um desses temas é a gestão financeira, que tem influência não só na carreira do médico, como também na vida pessoal desse profissional.

Segundo uma pesquisa do Research Center (2022), 89% dos médicos pagam mais impostos do que deveriam, por não terem o conhecimento ou a assessoria correta. Além disso, 31% têm problemas com dívidas e apenas 29% se dizem aptos a administrar o próprio dinheiro.

Quando analisamos tudo isso em um cenário mais amplo, percebemos que todos esses problemas estão relacionados entre si.

Mas o que o médico que acabou de se formar pode fazer para não entrar para essas estatísticas?

A carreira médica e os problemas financeiros

Embora historicamente a carreira médica seja reconhecida pelos altos salários, não é difícil encontrar profissionais com problemas financeiros.

Isso mostra que, não importa quanto seja o faturamento mensal, se não houver o controle e uma boa gestão do dinheiro, o caminho para as dívidas é quase certo. Por isso, os jovens profissionais devem investir parte de seu tempo em estudos de finanças e planejamento financeiro para carreiras médicas;

Além de ser importante para a jornada profissional, isso pode evitar não só transtornos fiscais, mas também problemas na vida pessoal.

Alguns pontos que devem ser analisados pelo estudante de Medicina ou pelo médico que acabou de se formar, são:

• Em qual regime de trabalho ele vai atuar? Clt ou Pj?

• Quanto ele vai pagar de imposto por mês?

• Como pagará os impostos? Ele vai recolher ou é a empresa?

• Como ele receberá sua remuneração?

• Quem cuidará das suas finanças?

• Quanto ele precisará ganhar para cobrir os gastos mensais?

• Quais ferramentas ele deve utilizar na rotina para ajudar no planejamento financeiro?

Respondendo essas perguntas, será possível criar um plano de carreira onde o médico tenha consciência daquilo que precisa fazer para ter mais controle de sua rotina.

O que é preciso para ter uma gestão financeira eficiente?

É cada vez mais frequente que clínicas, hospitais e unidades de saúde contratem profissionais no formato de Pessoa Jurídica (PJ). Nesse modelo, o recolhimento de impostos fica a cargo do médico, que precisa ter conhecimento em contabilidade para não cometer erros. 

Entretanto, recolher e pagar impostos é só um detalhe de tudo o que envolve a carreira médica. Dessa forma, é essencial que esses profissionais contem com a assessoria de serviços especializados em toda a jornada: da formatura à aposentadoria.

Na Amigo, além de planejamento financeiro, oferecemos mais segurança e produtividade com as soluções mais eficientes para a rotina do médico.

17
Jun
24
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Marketing Médico

Quando bem organizado, o marketing médico traz vantagens que podem ser definidoras do sucesso de um negócio na área de saúde, seja para profissionais experientes e consolidados no mercado ou para recém-formados.

O que contém este artigo?

  • O que é Marketing Médico?
  • Cenário: O uso do marketing por médicos brasileiros
  • O que diz a legislação sobre o uso do marketing para médicos?
  • Algumas boas práticas que contribuem para o marketing médico

O que é Marketing Médico?

O marketing médico é uma ferramenta cada vez mais determinante para o sucesso de médicos e demais profissionais da saúde, gestores de clínicas e organizações do setor. Trata-se da aplicação de técnicas de comunicação e marketing para promoção dos serviços médicos. Fazem parte desta ação, a construção e fortalecimento de marca, a transmissão de valores e missão do negócio, além das estratégias de relacionamento entre profissionais de saúde e seus pacientes.

Considerando a integração cada vez maior de atividades humanas com tecnologias digitais, o marketing digital se apresenta como uma prática essencial para consolidar uma presença online, angariando muitas vantagens aos profissionais. Tal presença pode ocorrer através da criação e manutenção de sites, otimização de mecanismos de busca (SEO), produção de conteúdos diversos e interação via redes sociais.

Além do marketing digital, outras duas áreas contribuem para a boa prática do marketing médico. A primeira é o marketing de conteúdo, que busca instruir e informar o público-alvo ao fornecer materiais como artigos de blogs, vídeos, podcasts, entre outros formatos de conteúdos. A segunda área envolve relações públicas, que têm como objetivo maior estabelecer contato com a mídia, gerenciar crises envolvendo a reputação da marca e estender sua presença em outros setores da sociedade.

As três áreas devem atuar de modo integrado, pois o resultado de uma pode ter consequências em outra área. Quando bem organizado, o marketing médico traz vantagens que podem ser definidoras do sucesso de um negócio na área de saúde, seja para profissionais experientes e consolidados no mercado ou para recém-formados.

Cenário: uso do Marketing Médico no Brasil

Ao considerar a evolução do marketing para várias áreas da sociedade, é natural também imaginar o seu impacto para o segmento da saúde. Uma pesquisa desenvolvida pela WE Marketing Médico revelou que as buscas por médicos no Brasil subiram, em média, 50,58% nos últimos quatro anos. Entre o período de 2019 a 2023 o volume de buscas por especialistas saltou de 9.290.370 para 13.989.400, se tomada por base a plataforma de anúncio do Google Ads.

De acordo com o relatório de tendências digitais da Comscore, 64,75% da população brasileira está conectada a algum tipo de tecnologia digital. A população digital do país é de 131,5 milhões de pessoas. Esses números indicam a necessidade de se buscarem estratégias de utilização do marketing para ampliar a presença digital e cristalizar uma marca diante de seu público.

Outro dado importante indica o pouco uso de ações de marketing por médicos brasileiros. Uma pesquisa realizada pela Livance em 2020 apontou que 55% dos médicos não fazem investimentos em marketing. Para uma boa parcela dos pesquisados, o maior dificultador do investimento é a falta de conhecimento sobre a área. Apesar disso, em relação ao ano anterior, houve um aumento de 60% no número de pesquisados que passaram a investir esforços em ações de marketing.

Dentre os meios de divulgação das ações, o Instagram surge como o canal preferido dos profissionais, com 53,6% de adesão. Na sequência, 39,3% apostam em sites, 27,4% no Google Ads e 27,4% no Facebook. Dos pesquisados, 62% se mostraram satisfeitos com os resultados obtidos. A pesquisa também revelou que quem utiliza ações constantes de marketing costuma atender 147% a mais, em média.

O que diz a legislação sobre o uso do marketing para médicos?

Em setembro de 2023 o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a Resolução CFM n° 2.336/2023, que dispõe sobre publicidade e propagandas médicas. No documento, com normas em vigor desde março de 2024, são definidas novas diretrizes para a montagem de estratégias de divulgação pelos profissionais de saúde. Dentre as principais mudanças de normas, destaca-se a permissão para divulgação dos trabalhos em redes sociais, como Instagram, Facebook e LinkedIn. Com isso, surge uma grande oportunidade de promoção das atividades profissionais e também de informações sobre saúde e bem-estar para pacientes e seguidores. Alguns outros pontos de proibição e permissão merecem a atenção dos profissionais:

O que é proibido?
  • Garantir, prometer ou insinuar bons resultados do tratamento;
  • Expor a  figura  do paciente  como  forma  de  divulgar  técnica,  método  ou  resultado  de tratamento, ainda que com autorização expressa do mesmo. (Exceção para trabalhos e eventos científicos em que a exposição é imprescindível, com a devida autorização);
  • Para os profissionais que são investidores em consultórios, fica vedada a propaganda ou divulgação de materiais publicitários nos estabelecimentos aos quais se vinculam;
  • Fica proibida a circulação dos nomes dos profissionais em qualquer tipo de mídia, contemplando a internet, em matérias desprovidas de rigor científico;
  • É proibido o anúncio de aparelhagem de forma a atribuir ao médico capacidade privilegiada;
  • Fazer propaganda de método ou técnica não reconhecida pelo CFM como válido para a prática médica,
  • Permitir que sua imagem seja incluída em propaganda enganosa de qualquer natureza.
O que é permitido?
  • Explorar o uso de imagens e vídeos do ambiente de trabalho, incluindo equipamentos e tecnologias aprovadas pela Anvisa, desde que não sejam atribuídas características de privilégio aos instrumentos;
  • Participar de campanhas de divulgação realizadas por operadoras, seguradoras e outras instituições, desde que preste serviço a essas empresas e autorize previamente o uso de sua imagem;
  • Utilizar imagens educativas de pacientes nas publicações de conteúdos. Para tanto, as imagens precisam ser reais e sem nenhum tipo de manipulação;
  • Divulgar os preços de serviços e consultas, assim como formas e condições de pagamento. Também é permitida a divulgação de descontos, realização de campanhas com promoções, desde que não haja venda casada de serviços, o que costuma distorcer a essência da medicina como atividade.

Algumas boas práticas que contribuem para o marketing médico

As possibilidades de utilização das estratégias de marketing na área médica são inesgotáveis. Apesar disso, ficar atento às normas e até a comportamentos mais recorrentes pode ajudar muitos profissionais a encontrar um norte para explorarem os canais de comunicação na busca pela atração e fidelização de pacientes. Entre as boas práticas mais identificadas, é possível destacar:

  • Difusão de conteúdos que promovem saúde e prevenção de doenças

A produção e distribuição de conteúdos informativos e educativos sobre hábitos saudáveis, como prevenir doenças ou tratar determinados problemas, pode ser algo simples de ser feito, tendo um importante papel conscientizador. Além disso, costumam agregar valor aos profissionais que se prestam a compartilhar seus conhecimentos.

  • Adesão às normas éticas e legais

O passo fundamental para utilizar o marketing médico é conhecer bem as regras que abrangem a divulgação de trabalhos do médico ou instituições de saúde. No Brasil, o CFM estabelece diretrizes para a propaganda e publicidade para médicos, e o Código de Ética Médica (CEM) define orientações éticas da profissão.

  • Transparência e honestidade

Não adianta investir numa grande produção de vídeo, foto ou qualquer outro material, se a informação divulgada foge da realidade, é duvidosa ou enganosa. Ser transparente e honesto é uma condição básica para qualquer profissional de saúde.

  • Respeito pela privacidade do paciente

Tenha garantia de que qualquer informação do paciente utilizada com fins de marketing esteja anonimizada. Também, certifique-se de que informações pessoais de pacientes tenham consentimento explícito.

  • Divulgação do CRM e especialidade médica

Profissionais da medicina têm o direito de divulgar seus números de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e as especialidades nas quais atuam, se reconhecidas pelos órgãos responsáveis. Utilizar esse tipo de informação pode agregar precisão e confiabilidade ao profissional.

Conclusão

No contexto de pleno aquecimento do mercado da medicina no Brasil, somado à cada vez maior concorrência entre profissionais e ao aumento das buscas por serviços na internet, as estratégias de marketing se apresentam como uma solução poderosa para a área. Para tanto, é necessário conhecer bem as características e possibilidades do marketing e os objetivos que cada profissional possui. Cabe também estar atento aos requisitos éticos e legais referentes a essa prática e às discussões e modificações que podem acontecer com o passar do tempo, afinal, o marketing é capaz de se reinventar a todo momento.

3
May
24
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Jornada Médica

Conheça os 5 maiores desafios enfrentados pelo médico recém-formado e o que ele deve fazer para dar os primeiros passos na carreira

O médico recém-formado passou por uma longa jornada até o tão sonhado registro no conselho de medicina. Desde o vestibular, sempre bastante concorrido, passando pelas horas de estudo e a rotina exaustiva durante todo curso.

No entanto, esses foram apenas os primeiros desafios do profissional, que será bastante cobrado durante a carreira. Afinal, após a formatura, o jovem médico precisa tomar decisões que vão impactar diretamente sua nova caminhada.

Sendo assim, separamos os 5 principais desafios enfrentados pelos médicos recém-formados e o que fazer para superá-los.

Neste conteúdo iremos mostrar:

  • Os 5 desafios mais comuns entre os médicos recém-formados;
  • Como superar cada desafio;
  • Como a Amigo ajuda o médico recém-formado.

Alguns dos desafios enfrentados pelos médicos recém-formados não têm ligação com a prática médica. São questões que envolvem burocracia, autocuidado, gestão de carreira… Ou seja, assuntos que nem sempre é possível ter acesso na sala de aula.

É justamente sobre eles que vamos falar agora.

5 maiores desafios e como superá-los

Definir um número exato de desafios que o médico enfrenta nos primeiros anos de  profissão é impossível.

A Amigo tem contato direto com diversos profissionais que estão iniciando agora suas carreiras e, através deles, reunimos as principais dificuldades relatadas e sugerimos qual a melhor maneira de superar cada obstáculo.

Saúde física e mental do recém-formado

Ironicamente, uma grande dificuldade do médico jovem é conseguir cuidar da sua saúde nos primeiros anos de carreira. Logo após a formatura, muitos já pensam em iniciar seus atendimentos, tirar os primeiros plantões, e acabam ignorando o autocuidado.

Não à toa, muitos profissionais são diagnosticados com transtornos e síndromes relacionadas à exaustão. A síndrome de burnout, por exemplo, já afeta 1 de cada 3 médicos no Brasil.

Por isso, é fundamental que o aluno inicie sua jornada de maneira controlada, sem abdicar de uma rotina saudável. Entre as principais dicas, podemos destacar:

  • Organizar com antecedência seu dia para planejar sua alimentação;
  • Incluir atividades físicas pelo menos 3 vezes na semana;
  • Planejar o sono e pausas para descanso;
  • Adicionar atividades de lazer com amigos e familiares;
  • Não levar problemas de casa para o trabalho nem do trabalho para casa.

Ser generalista ou especialista?

Essa é uma grande dúvida que muitas vezes já surge nos primeiros anos de graduação. Ser médico generalista ou buscar uma especialização, qual o melhor caminho?

Há também aqueles que entram na universidade com uma intenção, mas ao longo dos anos acabam mudando de ideia. E isso não está errado, até porque não existe resposta certa para essa dúvida.

Por isso, é importante que o aluno que está perto de se formar ou até mesmo recém-formado levante alguns questionamentos antes de tomar essa decisão:

  • Por onde começar o planejamento de carreira?
  • Formas de recebimento: PJ ou CLT?
  • Quais atividades incluir na rotina?
  • Há o conhecimento de todas áreas possíveis de atuação? (acadêmico, público, privado, forças armadas…)
  • Deseja ser referência em alguma área?
  • Como é o mercado de trabalho para as duas opções (generalista e especialista)?
  • Quais as vantagens e desvantagens de cada área?

Além disso, é muito importante levar em consideração os planos e objetivos pessoais, como a remuneração e carga horária que considera adequada para o futuro.

Uma boa alternativa é conversar com profissionais mais experientes. Assim será possível observar o ponto de vista de pessoas que vivem as duas realidades.

Gestão de carreira e marketing na área da saúde

O marketing e gestão de carreira é importante em toda área, ainda mais para quem está dando os primeiros passos na profissão. Ainda mais em um mercado crescentemente competitivo, como o da saúde.

Uma pesquisa recente mostrou que, nos próximos 10 anos, o Brasil dobrará a sua quantidade de médicos registrados. Por isso é fundamental que o profissional se prepare e crie estratégias para fortalecer o seu nome no mercado, tanto para atrair quanto para fidelizar os pacientes.

Isso é possível de algumas formas:

  • Qual o meu público-alvo?
  • Quais os concorrentes?
  • Quais os melhores canais para se comunicar com o público?
  • É necessário contar com um especialista na área?
  • Quais os objetivos a curto, médio e longo prazo?

Essas questões são relevantes tanto para profissionais autônomos quanto para clínicas e consultórios médicos. Por isso, respondê-las é o ponto de partida para a construção de uma estratégia de marketing médico eficiente.

Insegurança em atividades práticas

Como falamos anteriormente, o curso de medicina não permite que o aluno cumpra estágios remunerados para praticar aquilo que se estuda em sala de aula. Ou seja, as próprias universidades carecem de uma grade curricular com aulas teóricas e práticas.

Entretanto, nem todos conseguem finalizar o curso para atuar com segurança, mesmo que durante os anos de graduação tenham sido bons alunos.

E aí, como superar essa barreira nos primeiros anos de atuação como recém-formado?

Algumas dicas são:

  • Estar presente em atividades que serão comuns à área de atuação;
  • Conversar com profissionais mais experientes;
  • Fazer voluntariado;
  • Dedicar-se ao máximo as aulas práticas da universidade;
  • Explorar o preceptor e solicitar sempre um feedback.

O fato é que a insegurança atinge qualquer aluno que esteja dando os primeiros passos na área de atuação. A diferença é que na medicina um erro pode ser fatal, o que torna a insegurança bastante compreensível.

Burocracia

Até mesmo a burocracia é uma particularidade para os profissionais da saúde. Isso ocorre pois a própria lei brasileira impõe algumas distinções legais para quem atua na área. E, na maioria das vezes, essas questões não são abordadas pelas universidades, gerando preocupações e dúvidas constantes aos alunos.

Essas incertezas vão desde questões fiscais, como pagamento e recolhimento de impostos, até assuntos relacionados a preenchimento de guias e documentos necessários à rotina do médico.

A boa notícia é que com o avanço da tecnologia, está cada vez mais fácil executar por meio de terceiros atividades que não estejam relacionadas à saúde (e que só roubam tempo ao médico).

E a melhor forma de se livrar da burocracia é:

  • Buscar profissionais especializados para auxiliar nas atividades burocráticas;
  • Pesquisar quais atividades podem ser realizadas por eles;
  • Utilizar a tecnologia a seu favor.

Embora desagradáveis, as atividades burocráticas são inerentes à rotina do médico recém-formado e aos demais profissionais da área da saúde. Caso sejam ignoradas ou realizadas de maneira incorreta, podem gerar multas ou penalidades que acabam prejudicando não só a carreira, como também a vida financeira do profissional.

Por isso, é mais eficiente e seguro contar com profissionais especializados em contabilidade médica.

Conclusão

O médico recém-formado encontra diversos desafios quando sai da universidade, sejam eles relacionados à atividade médica ou não. Por isso, é fundamental que os últimos meses de curso sejam dedicados para entender melhor o cenário que ele irá enfrentar.

A Amigo busca as melhores alternativas para simplificar o dia a dia desses profissionais.

Esse conteúdo foi útil e você gostaria de conhecer mais as nossas soluções?

Então acesse nosso site e conheça o Amigo One, aplicativo que simplifica a rotina de médicos autônomos, clínicas e consultórios médicos.

26
Apr
24
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